sábado, 9 de janeiro de 2010

Tragédias

Há um céu azul disciplinado
Que o tempo insiste cristalizar
Nestas ruas sem amparo
Prolongando as criações
De um poeta sem lar.

Que o tempo não apague,
Que nenhum dos dois caminhos esqueçam.
Porém, jamais perdoem
O que fizeram contigo
Com cruel frieza.


Caía por terra
Serenas fantasias ,
Que abalaram tal poeta
Adormecido neste chão.

Resista!
Firma tuas raizes em mim.
faça da noite grande amiga,
Que tudo vê e tudo omite,
De tão longe assiste
eu implorar assim...

Aprofundei-me nestes mares
Enquanto as ondas me levavam.
Descobri entre outras dores
A tua desgraça e teu cansaço.

Erguida pelo vento
Andei nas nuvens
À procura do que faltava
Para cobrir tua face seminua.
Por fim ,
Deparei-me com a lua
E enchi tua alma com ternura.

No sagrado ou no profano,
Fiz de você, poeta,
Ressucitar alegre.

E no embalo dos dias claros
Você se foi, ressumido.
Espalhando no destino
A caricia sofrida
De encontrar-se comigo:
A paz perdida.
Neste estranho domingo.

-para o Pequeno Príncipe.

(28/12/2009)

By Itanara Monroe Cobain

3 comentários:

  1. Muito lindo, minha querida amiga. É maravilhoso ter o prazer de ler essas coisas.

    Beijos e fique com Deus

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  2. Essa passagem:
    "Caía por terra
    Serenas fantasias ,
    Que abalaram tal poeta
    Adormecido neste chão."

    É uma das mais marcantes. Belo poema.

    Cada dia que passa você vai fazendo um mais belo que o outro.

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